quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Quatro sextilhas para um fado

 Avô-e-Neto.jpg (290×400)                            


Sem mais tempo tenho medo
vou contar-te sem segredo
tudo aquilo que vivi
o que é bom e mau saber
o que deves conhecer
do muito que eu aprendi.

É belo vogar na vida
numa nau bem construída
como é bom vogar no mar
e meter as mãos na terra
e olhar o céu que encerra
a tal pomba a voar.

Mas não esqueças os escolhos;
pranto não é só dos olhos
e que o peito também grita
que mãos rebentam cadeias
que há sangue fora das veias
e mágoas de gente aflita.

Um dia um rasgo de vento
cortará num só momento
os passos no meu caminho
e as palavras serão história
de mim só a memória
e tu seguirás sozinho.

(Cantado pela 1ª. vez por Nuno da Mata, com música do Fado Maria Rita, no "Mesa de Frades", em Junho de 2012)

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