quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Quadras soltas para fado




Num encontro encontrei
sem esperar em tal espera
o que ter nunca tivera
amor como nunca amei.

Quando olho o teu olhar
ao beijar a tua boca
muito pouco se apouca
muito sinto que ganhar.

Por ti sigo, por ti corro
por ti paro, por ti espero
por ti vivo , por ti morro
por ti choro e desespero.

Na distância deste grito
meu coração corre ao teu
pode ele estar no infinito
estará sempre ao pé do meu.





3/2012

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Trazer um título à tela


Ainda o "De coração na mão"
 
 
(Imagem: Acrílico s/tela)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Nuno Mata canta "Fado Cinzento" de Miguel Gomes Coelho



Um grande cantador que tem dado, além de uma grande amizade, a conhecer quase toda a minha  poesia para fado.
Tudo o que possa dizer será pouco como agradecimento

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Jorge Morgado cantou Miguel Gomes Coelho



O meu primeiro poema para fado - Cansado deste cansaço - teve honras de ser cantado na noite de Lisboa.
Obrigado ao Jorge Morgado que lhe deu voz e instigou o autor a começar esta aventura na escrita.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Quatro quintilhas para o Fado Tango

vazio.jpg (700×483)
















Subo ao cesto da gávea
deste barco que sou eu
baloiço ao sabor das vagas
deste mar feito de mágoas
que a minha vida me deu.

Nada vejo que seja fonte
de prazer ou bom augúrio
nada há no horizonte
lugar feliz que se aponte
nem um grito nem murmúrio.

Desisto de ser gajeiro
volto ao convés, ao coração,
desço (as) velas por inteiro
o leme sem timoneiro
(e) olho o fim sem ilusão.

Este meu mar é fatal
tem um penhasco no fim
onde se despenha afinal
todo o bem e todo o mal
e o nada que resta de mim.


domingo, 22 de julho de 2012

Nuno Mata, cantador de fado


Uma fotografia que vale por um agradecimento.
O Nuno estreou, ontem, com a música do Fado Bailado, o canto do "Fado Cinzento".
http://joaoolhosnomar.blogspot.pt/2012/04/fado-cinzento.html

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Releitura justificada

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(...e enquanto uns de mãos cheias gozavam a prerrogativa de um horizonte aberto
outros sobreviviam em cada minuto vivido .)


O grito retumbou como um rasgão de denúncia.
Correram todos à rua levando
a única arma que os distinguia
o cheiro a sal a cimento a aço
a terra apodrecida
o olhar vítreo no horizonte limitado
mas firme no horizonte sempre reinventado.
Era a Liberdade
a revolução exangue
a espada paladina desembainhada
por sobre as cabeças gritando
que para sempre se haviam fundido
as grades os grilhões e as cadeias
não seriam mais colmeias de gente desesperada.
Era a Liberdade
de se ser homem
ser livre no pensamento
olhar o pão e dizer MEU
porque ganho sem opressão.
Era a Liberdade
de dizer suas as suas mãos
e no delinear de um gesto
um símbolo supremo e simples
ficasse suspenso e dissesse
FUTURO.
Era a Liberdade
de provocar na memória o esquecimento
e de mãos em concha receber
e molhar os olhos de água pura
de um poço subterrâneo de novo aberto.
Era Liberdade
de poder correr ao campo sozinho
e gritar a opressão e a chacina
sem olhar de soslaio as árvores e as plantas
sem desconfiar do próprio ribeiro limpo.
Era a Liberdade
de poder escrever e denunciar
os versos de dor tão idealizados
sem recorrer ao laboratório da mente
e escolher palavras cobertas.
Era a Liberdade
de poder dizer País e Pátria amada
de ser livre e dar aos outros
à luz do dia e da razão
a mão tão franca
outras vezes dissimulada.
Era a Liberdade
e o fim de todas as cadeias
de toda a opressão
de todas as ideias
impostas sobrepostas.
Era a Liberdade !
E na rua
de mãos nuas
o Povo gritava
" Água pura ! Água pura ! "

Natal no Darfour

48910_Papel-de-Parede-Ceu-em-Noite-de-Natal_1600x1200.jpg (1600×1200)

É noite e as estrelas estão lá em cima.
Uma criança nasce com a morte já estampada nas faces,
como a outra.
Só que não durará trinta e três anos nem
trinta e três dias nem
trinta e três horas;
talvez trinta e três minutos ou
trinta e três segundos ou talvez já nasça morta.

É assim o Natal no Darfour
E as mesmas estrelas estão lá em cima.

(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

Conchas



(Imagem:Acrílico s/tela)

Orgulho

Tres+arvores3.JPG (400×266)


Plantámos três árvores.
E que belas são, que força existe nos seus ramos,
que seiva rica lhes corre nas entranhas.

(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

Dia feliz

semeando31.jpg (400×299)

Hoje estou contente.
Os lábios são de semente
e o futuro cheira a jasmim.


(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A linha do horizonte

DSC04879.JPG (400×336)


Mantens-te a querer ser um náufrago no seco leito de um rio.
O teu olhar diz-me que renunciaste.
O teu silêncio diz-me que te resignaste.
O teu corpo diz-me que desististe.
Retiraste, mesmo, a linha ao horizonte.

(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

Uma experiência inesquecível



(Imagem: Acrilico s/tela prensada)

Duas linhas


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Por muito que nos afastemos
a nossa sombra andará sempre de mão dada.



(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

Poema contigo

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É bom saber que estás por perto
embora das tuas mãos não brotem gestos solares
nem da tua boca surjam rumores de mel.

Mas é bom olhar e sentir que estás
porque a tua ausência seria a amargura nos dias
e as noites um túnel de insónia.

Por mais que te sinta transparente
não posso esquecer o tempo
em que dávamos de comer à ave dos sonhos.

E que da nossa árvore brotou seiva,
que nasceram risos e cairam lágrimas
e se levantaram manhãs que nos justificaram.

Por mais que pressinta o desentrelaçar dos nossos ramos
eu sei que seguiremos sempre resguardando os frutos
até que a árvore se consuma.

(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Entre o sonho e a escrita




(Imagem: Acrílico s/tela)

A base

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Sempre vos ensinei a cantar as raizes.
Aquelas do peito
e as das ervas.




(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ainda sobre a fome


fome-2.jpg (518×388)

No espaço de três segundos
morrem de fome duas crianças.

Desfalecem silenciosamente;
já nem forças para sofrer
e morrem lentamente.

E eu sei
e sinto uma profunda vergonha
e não consigo dormir
mesmo de olhos fechados.

(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

Viagem inimaginável-V



(Imagem: Acrílico s/tela)

Natal

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Um novo fruto nasceu num ramo da árvore.
As raizes rejubilaram de alegria
e o poeta, ao espelho, viu
    as lágrimas escorrerem  dos seus olhos sorridentes.



(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

A Força


(Imagem: Pastel s/papel)

Viagem inimaginável-IV



(Imagem:Acrílico s/tela)

Renascer

2sol2.jpg (600×400)

Abriram-se-me nos olhos duas manhãs
que agora sinto pena do anoitecer.



(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Viagem inimaginável-III




(Imagem: Acrílico s/tela)

Haiti

10029119.jpeg (550×367)

Não te consigo falar.
As imagens não se precipitam sobre a tua superfície branca.
Apenas me perseguem os quatro cavalos que romperam das entranhas da terra..
Nada mais senão os quatro cavalos. Apocalipse !
Peço aos olhos que se virem para dentro e procurem ainda
algum pequeno regato .
Mas não, já estou seco.
Saltam o vermelho, o negro e o baio,
o branco segue-os de perto...
E os dedos não se mexem
e a mão não tem coragem
e do cérebro apenas o lamento.

Janeiro,2010

(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

Viagem inimaginável-II

(Imagem: Acrílico s/tela)

Revelação

Porque da árvore das horas já vão caindo as folhas
exorto-vos,
revelando as imagens que aos meus olhos surgem,
a só esperar o amanhecer.

O amanhã será dos frutos das minhas sementes
e dos frutos de todas as outras sementes
que sabem que hão-de gerar raízes.
O tempo será ciclicamente renovado
por mãos que se estendem com dedos de gavinhas
pelos homens e mulheres, árvores de fundas raízes,
que abrem os braços como os ramos
num abraço onde cabe o universo
e vivem em liberdade e – sobretudo - em igualdade,
sem angústias do passado nem da morte inevitável,
que se desprendem e rebentam com os casulos do tempo
numa metamorfose encadeada onde sempre
o fim será o início.

Será o sonho revelado nos meus olhos.
O campo lavrado para a sementeira,
terra revolta com as mãos abertas,
de braços cheios, sem jugo.
As mesmas mãos e os mesmos braços
dos mesmos homens-árvore
e das mesmas mulheres-árvore
e sempre a mesma terra-mãe
onde hão-de pousar as minhas cinzas lançadas ao vento;
porque eu quero fazer parte dessa terra de redenção
e ter a certeza, já, de que terá valido a pena e
que os meus olhos não me enganaram.


(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

Viagem inimaginável



(Imagem:Acrilico s/tela)

Em memória do meu amigo Guillaume

Elegia

A ténue recordação de tantos rumos
ao olhar este mar
o último dos muitos navegados
deambulando entre o desespero e a esperança.

Por que vagas se ficaram as ilusões
de novas enseadas e novos cais ?
Por que terras nunca aportadas
vaguearam os sonhos deste marinheiro ?

Esburgo o que resta de tanta viagem :
meia dúzia de mãos abertas
algum porto de aconchego e pouco mais.

(Olho do alto da gávea...)

Não acredito que exista algum abrigo
para além desta água.
O derradeiro dos mares sorve-me
e acompanha-me num préstito
de que desconheço a duração.

Aqui ou pouco além tudo acaba,
as imagens desvanecem-se, nada mais é urgente.
Estas águas, como o tempo, apenas vogam
ao sabor de um intento inexorável que as dissipam.


(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

sábado, 30 de junho de 2012

O exemplo das árvores

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Seja qual for o destino
do voo das tuas mãos
lembra-te
e pensa maduramente
no exemplo das árvores.


(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

Anónimos

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Lembra-te das abelhas,
do seu voo de cera e açúcar,
que terçam dardos
se o perigo se aproxima.

Em nome do sol que protegem
desconhecem a indiferença.
Nunca se relembra o seu nome...

(recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)


Sem nome

DSC_0447A.JPG (327×400)

Esta árvore
bebe a seiva do egoismo
porque enraizada em terra chula.

Terra podre
onde nada mais nascerá
apenas resistirão ramos retorcidos
onde poisam necrófagos.



(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

Sentimento

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O muito que sinto não tem imagem
nem forma mas tem peso
agrilhoa-me o peito
incomoda-me mesmo
quase sempre magoa.


(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

Lamento


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És incapaz de me escutar
e de olhar por mim
mesmo que o teu corpo ainda amanheça
ou que no meu,
ainda esvoassem gaivotas
aturdidas pela espuma branca das ondas.

Tens a certeza de todo o meu amor!

E é nesse limbo que ficarei
apesar dos gritos das entranhas
apesar de toda a tua indiferença.


(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

O beijo

Imagens-da-Lua-FOTO9.jpg (352×306)

O meu amor deu-me um beijo
e nasceu um rio de madrugadas
que desaguaram sobre o peito.

Um renascer
em que se adormece ao sol do sonho
deitados de costas no chão
respirando o hálito fesco da terra ainda húmida.

Bendito campo
pobre de terra mas cheio de vida
que acena aos pássaros com as suas mãos de espiga
e agradece às raizes o dom da seiva.

Hoje,
os rios libertam as sereias
e o seu canto de harpa mágica
e as colinas rasgam o céu
com a força desmedida da terra-mãe.

O meu amor está em festa
cumpre-se a vida na colmeia
renasce o sol
e quere-se a lua.

(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface) 

Ausência

angustia.jpg (320×256)

Nasce a saudade no abrir dos braços
e a ave da angústia que esvoaça no vazio
faz o ninho no meio do peito.

A tua ausência é uma planta de cacto.
Perene,
trespassa-me em tropismos que dilaceram. 


(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

Re(a)cordar

MasahisaFukase4.jpg (640×416)

Ao anoitecer,
quando os homens, como os pássaros,
se despenham nas suas árvores
o cheiro primaveril das flores roxas,
aponta para uma outra vereda.

Um de novo encher o peito,
um recobrar primário dos sentidos
poluídos nos caminhos entre os espelhos,
entre as mãos e os olhos
e pelo esquadrinhar dos desejos.

Só depois,
o submergir no mar do sono,
numa calma sem fantasmas.  


(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

A escultura - três sextilhas

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Com um cinzel de esperança
nas mãos fortes da lembrança
tento a escultura suprema.
Entre os dedos corre-me o tempo
pelo coração um vento
da verdade que me algema.


Bebo a água que purifica
a mente que ainda acredita
num princípio criador.
Não falo de Deus mas de Luz
esse foco que me conduz
dentro da palavra Amor.


Eis que uma obra plena
em pedra feita poema
surje entre sins e nãos;
é bem humana a figura
mudando em branda a pedra dura
com um coração entre as mãos.

Certeza

trees-in-fog.jpg (500×333)

Até amanhã !
Tenho a certeza de que estarás comigo.
Mesmo que desaparecesses, hoje, ao fim do dia,
amanhã estarias comigo, dentro de mim.



(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

Frente a um cavalete transparente

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Pega na tua paleta e mistura todas as tuas cores.
Do resultado, apenas tu, tens a total compreensão.
Se tiveres coragem, pinta-te e assina.
Poderás não ser um artista...mas és tu assumidamente!


(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)


Anátema


83119.jpg (264×191)

Súbito, reapareceu perante os nossos olhos.
Não queríamos acreditar!
Era o reavivar de feridas antigas,
o readmitir que se voltava de novo ao princípio.
Era um Anátema que nenhum de nós queria aceitar.
Sabemos que os factos balançam entre as nossa emoções.
Mas seria que estávamos preparados para semelhante provação?
De novo demos as mãos.
Se o Anátema se extinguiu não creio que em tal acreditemos.
Mas que acreditamos na nossa força, isso, é certo!



(Recuperado do Blogue Vermelho Cor de Alface)

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Decisão

A fim de uniformizar matérias decidi começar a transferir para este blogue imagens e textos 
dispersos por outros e separar definitivamente as áreas de intervenção.
Se acaso virem ou lerem algo de que já tenham conhecimento não se admirem.

sábado, 23 de junho de 2012

Cinco anos

C
Continuam a doer-me os dias...
É duro, Mãe !

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Três quadras para o fado Suplica


Doem-me as palavras que te digo
e sangra-me o peito um grito rouco
tudo quiz, fiz e vi mas não consigo
deixar de pensar que o sonho é louco.

Tive um desejo de asas brancas
rasgando o céu verde mar da esperança
quis dar-te uma bola azul com núvens francas
mas ela move-se rouxa e sem lembrança.

Podes dizer-me que vou partir triste
que as árvores não seivam, apenas sangram
mas se um homem canta sempre resiste
e junta-se aos que lutam e sempre cantam.


Cantado pela 1ª.vez por Nuno Mata no "Tasco Fora de Moda"-Alfama, em 28.06.2012.

sábado, 12 de maio de 2012

Quatro sextilhas para o Fado Raúl Pinto



Ao caminhar pelo mundo
num viver forte e profundo
fui levado a conhecer
ideias simples ou raras,
muita gente, muitas caras,
tempos de amar ou esquecer.

Tive a sorte de sentir
dentro de mim a subir
gentes, palavras e cores
áreas e gestos formosos
pausas e sons furiosos
pequenos ódios e amores.

Lábios perdendo o sorriso
a luz branca sem aviso
e trevas em pleno dia
ouvi pedir compaixão
e escutei dizer que não,
descobri a cobardia.

Serás tu a decidir
os caminhos por onde ir
e com quem acompanhar;
que a vida é feita de laços
e na força dos abraços
só aí o verbo Amar. 

Poema/letra oferecido ao meu Amigo e Cantador Nuno Mata
estreado em 11.05.2012 no " Mesa de Frades"

domingo, 6 de maio de 2012

CEM


 Na tua ausência !
No teu lugar coloquei uma rosa príncipe negro, a que tu mais gostavas...
E manteve-se viva como se manterá a tua memória...
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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Fado cinzento


Cinzento, muito cinzento,
augúrio de noite escura
onde cresce o desalento
e um tempo de lamento
que só o sonhar esconjura.

Recordação que não quero
trazer de novo comigo;
já vivi tempo severo
aliado ao desespero
e à dor que traz consigo.

A imagem dos meus olhos
em sonhos verás envolta;
não me importam os escolhos
nem o franzir dos sobrolhos
nos olhos à minha volta.

Nunca vendas os teus sonhos,
nada paga um sonho em si,
não há nada mais medonho
que ao venderes o teu sonho
deixar que sonhem por ti.

(Cantado pela 1ª. vez por Nuno Mata no Mesa de Frades em 21.7.2012, na música do Fado Bailado)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Uma noite no Fado



na companhia de dois grandes cantadores - Jorge Morgado e Nuno Mata -.
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domingo, 1 de abril de 2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Anelo

The_scream.jpg (320×320)

Procuro encontrar-me na distância de um grito...!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Matinal



matevalexander_thumb.jpg (728×869)






Acorda meu amor que amanhece
mais uma suave e bela madrugada
foi-se a infeliz lua envergonhada
ficou este sol de amar que nos aquece.

Eu sei que o tempo já desvanece
as folhas da árvore tão  desejada
mas na raiz  ainda é encontrada
a seiva que os  seus ramos fortalece.

E é aqui então que me enterneço
ao olhar-te assim feliz a meu lado
a compor para ti este meu fado
em que só tu me lembras e eu me esqueço.

Para ti meu amor sempre secreto
meu porto de abrigo mais que perfeito
o canto com que sagro no meu  peito
este diário amor redescoberto.

(Quadras para um fado)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Quatro sextilhas para um fado

 Avô-e-Neto.jpg (290×400)                            


Sem mais tempo tenho medo
vou contar-te sem segredo
tudo aquilo que vivi
o que é bom e mau saber
o que deves conhecer
do muito que eu aprendi.

É belo vogar na vida
numa nau bem construída
como é bom vogar no mar
e meter as mãos na terra
e olhar o céu que encerra
a tal pomba a voar.

Mas não esqueças os escolhos;
pranto não é só dos olhos
e que o peito também grita
que mãos rebentam cadeias
que há sangue fora das veias
e mágoas de gente aflita.

Um dia um rasgo de vento
cortará num só momento
os passos no meu caminho
e as palavras serão história
de mim só a memória
e tu seguirás sozinho.

(Cantado pela 1ª. vez por Nuno da Mata, com música do Fado Maria Rita, no "Mesa de Frades", em Junho de 2012)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Joana

O que não me disseste por palavras...