quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Posfácio
E um dia, amanhã, perguntarei:
Que fizeste ?
E acharei, indubitavelmente, que fiz muito pouco
ou quase nada.
Nesse momento, terei a certeza de ter chegado ao fim.
Nesse instante talvez levante as persianas e abra a janela
e à falta de melhor destino...salte.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Germinal
E aquela aragem fresca desperta-me do torpor.
Afinal ainda gosto de pensar
que as palavras podem ser borboletas procurando o doce
num jardim onde os jovens se beijam e excitam;
que existe quem as ouça e entenda
e malgrado o fingimento
vá perdendo pétala a pétala a sua corola
abrindo com prazer o gineceu.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Intempestivo
De uma furna onde
ainda esvoaçam emoções
renasce um tardio rio de lava;
um espanto no entardecer
em que o sol se demora um pouco mais
no aguardar da noite certa.
Já não existem promessas de manhãs
e das tardes só já a recordação;
certo só o sol que arrefece no horizonte.
Mas tanta cor excita tanto calor embriaga
e o moroso movimento hipnotiza
e celebra-se a volúptia por o vulcão
ainda não estar extinto.
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