segunda-feira, 24 de maio de 2010

Campânula

Entre uma paisagem de Lisboa demasiado clara
e uma tentativa de retrato fica um grito pela natureza
e um jardim de mulheres em pose fotográfica.
Ainda restam uma conversa de máscaras lívidas
num fundo escuro e difuso e uma velhinha
lendo o jornal junto à janela ensolarada e ao cão sentado a seus pés.
Ainda um jogo geométrico de cores, um jornal antigo,
um conto, três retratos a carvão.
Assim o espaço que defronto onde ainda persigo,
 incansavelmente, o tempo que falta .
Um diálogo de mãos e olhos, saberes e ignorâncias,
 sorrisos e choros, ternuras e ódios, difícil mas íntimo
e tal como tudo o resto, sempre inacabado.

3 comentários:

Ana Paula Fitas disse...

... é assim a Poesia! Arte Maior em que o Poeta se diz, dizendo pelo sentir, a essência de Ser.
Aquele Abraço :)

Miguel Gomes Coelho disse...

Obrigado, Ana Paula,
fico contente quando gosta.
Um abraço.

Leonor disse...

Esse cantonho está uma locura e tem uma música boa :))))