II
Concentrei-me sobre a máquina de escrever.
Os meus olhos deixaram de ver
e o meu cérebro
de pensar
naquele momento deixei mesmo
de amar.
Cada vez mais turva
a retina e a mente
descreviam a curva descendente
para entrar no subconsciente.
E apareceram-me nos lábios frases estranhas
ruídos inaudíveis
ecos de entranhas
marcas de um tempo sempre adquirido
na hereditariedade
do homem primata
não sei o ano nem a data
mas era humana de certeza
a história que contei
nos gritos que dei
nas palavras que disse em reza.
..................................................................
Voltei a mim
olhei-me ao espelho
estava lívido
e no chão os meus pés rolavam
por sobre pequenas pérolas de fel".
Nota: Os poemas constantes destes postes (Memória 1 e 2) foram republicados
no livro "De Coração na Mão", edição de autor, 1978.
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