Quotidianamente
a perseguição
sempre a máscara
no fingimento permanente desta peça.
Que importa quanto um homem meça ?
Que importa ?
O importante é ficar
sempre distante
cristalizar em suspensão
ter sempre saída para um aperto de mão.
Mas quem homem
é capaz de ficar quêdo ?
Não é homem !
Não é homem !
Que um homem tem medo
mas sentir na boca o gosto azedo
da traição ulcerada
é vómito agonia lenta
ser podre muito podre
vale mais sedr nada !
Mas quotidianamente
de novo a hipocrisia ...
E a marcha arranca e ri ...
que importa quem sofra acolá ?
O que importa é quem ri aqui !
Quem importa quem desce
as areias movediças
que importa quem decresce ?
Vivam as caras postiças
que as faces não mostram
antes ignoram
porque nem sequer fingem
e morrem
de pedras roliças feitas
sem arestas nem gumes
acres cruas
pulverolentas
prostitutas.
Prostitutas !
Sim, prostitutas !
Vendidas e definhadas
cada dia mais vendidas
mais pulverolentas putrefactas.
Pasmo de nojo...
Cuspo !
De Coração na Mão - Ed. de Autor -1978
1 comentário:
Se todos caminhassem e olhassem o mundo "de coração na mão" seria mais justo, presente e eficaz o exercício da cidadania e mais próximo da eficácia política o sentir equânime dos cidadãos...
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